domingo, 20 de junho de 2010

Este blog vai apresentando o grande jornalista Pedro Correia Marques sem uma preocupação em registrar a sua trajetória de maneira cronológica, assim, ao passear escritos sobre o jornalista, pareceu-me interessante postar estes agora:


CORREIA MARQUES - O HOMEM QUE SÓ SABIA ESCREVER

O estilo era o homem e o homem era a sua pena. A pena assídua, quotidiana, diurna e nocturna. Era o homem de um só livro, o homem de um só ofício. A bem dizer, só sabia escrever. Escrever era o seu ofício, o seu "hobby", o seu recreio, a sua respiração, a sua vida. Uma vida toda, desde a primeira hora, experimental, até ao fim. Pode dizer-se que, soldado do bom combate,morreu no seu posto, com a pena na mão. Tirar-lhe a pena sempre fiel ser-lhe-ia, sem dúvida, mais fatal que amputar-lhe um braço. Em suma, vivia da pena, pela pena e para a pena. Como quem recitava um ofício obrigatório, com o breviário nacional e internacional, no coro do jornal, a cada hora o seu labor, laudes, vésperas e completas, matinas de longos nocturnos...
Foi na verdade, uma boa pena ao serviço da boa Imprensa, no bom combate que lhe rendeu, em labores e canseiras, em prosas de todo o modo e feitio, para todas as horas do dia e para todos os dias do ano e para todos os anos da vida.
(...)
Homem de um só caminho, sem torcer nem quebrar, de uma só dedicação, se tivesse ficado pelo seu Minho saudoso, lá teria dado porventura à terra, à lavoura, toda a alma e coração que deu ao jornalismo, fito no seu palmo de terreno, satisfeito na sua quinta, contente com uma ou duas juntas de bois, buscando o refrigério das frondes e latadas, dócil o ouvido ao sino patrício, convivendo familiarmente com o povo da aldeia paterna. Mas não. A Lisboa o destino o trouxe, em anos de porfias que o marcaram para sempre e lhe marcaram o rumo, um rumo seguido sem desvios até ao fim. Tal vida, tal fim."
(Diniz da Luz. Época, 09/08/1972 - Lisboa)

A MORTE DO J0RNALISTA PEDRO CORREIA MARQUES

A notícia do falecimento de Pedro Correia Marques foi conhecida ontem, à tarde, e causou consternação nos meios jornalísticos, onde era conhecido, admirado e respeitado pelas suas invulgares qualidades pessoais e de trablho, por quantos o conheceram e acompanharam a sua brilhantíssima carreira de repórter, crítico literário, conferencista, comentador dos acontecimentos nacionais e cronista internacional.
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(Diário Popular, 09/08/1972 - Lisboa)


FALECEU O JORNALISTA PEDRO CORREIA MARQUES

(...)
Com a sua morte, desaparece uma grande figura de jornalista.
Muito considerado pelos seus pares, o velho profissional da Imprensa usou sempre a sua pena na defesa de sãos princípios e de causas que, esm sua consciência, concidrava como as melhores.
(Diário de Notícias, 09/08/1972 - Lisboa)